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domingo, 1 de abril de 2012

Utopia anti-heróica

Indubitavelmente claros.
Nunca vi tamanha vontade de expor a verdade. Tamanho louvor pela autenticidade e pelo "sou assim e pronto". Qual a razão por essa mudança de idolatria? Pelo embelezamento do ser diferente, do ir contra as regras, do não seguir estereótipos e diretrizes sociais? Estamos a cada dia fugindo do comum, do esperado e do homogêneo. Parecemos saturados das fantasias, do escondido, do suspense, da beleza do fingir saber.
Hoje em dia é bonito admitir ter defeitos, é bonito expor suas fraquezas, é bonito ir contra o que todos acham bonito. Hoje em dia o que vale é questionar, mesmo que não se saiba o que.
É, diga-se de 'estadia', admitir que não se sabe.
O mundo suplica pela exposição do que nem mesmo nós conhecemos de nós mesmos.
O mundo quer transparência, quer humanidade, quer palavras novas. O mundo quer parecer mundo. O mundo quer parecer igual pela diferença. Quem não quer ser único?
Quem não É único?
O mundo quer ser simplesmente ele mesmo. E em meio a esses milhões de eu mesmos ser um. E é isso que no fundo somos. Nossas diferenças e igualdades são unas. Embora roupas, cultura, bens, gostos, afinidades, escolhas, vontades; somos pele. Somos coração, fígado, rim, pulmão. Somos cérebro, sentimento, angústia, vontade, prazer. E disso, não podemos nos distinguir.
Somos humanos, porra. E até a porra nos iguala.

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